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Defesa de Proposta de Dissertação da discente Natasha Obeid El Jamal

Última atualização em Sexta, 04 de Setembro de 2020, 21h20 | Acessos: 931

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO

COORDENADORIA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

 

A Coordenadoria do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Educação tem a satisfação de convidá-lo para assistir à

 

D E F E S A D E P R O P O S T A D E D I S S E R T A Ç Ã O

 

COM O TÍTULO:

“O LADO INVISÍVEL DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA: perspectivas feministas para a educação científica a partir da excepcionalidade de Marie Curie”

 

Por

 

NATASHA OBEID EL JAMAL

 

Resumo

 

A investigação desenvolvida visa construir subsídios para promover respostas à pergunta de pesquisa: quais questões sobre a invisibilidade feminina na ciência podem ser trabalhadas na educação em ciências a partir da excepcionalidade do caso Marie Curie? A fundamentação teórico-metodológica a conduzir a pesquisa é elaborada a partir da interseção entre estudos sobre a Ciência, História da Ciência, feminismo e educação em ciências. Com base nisso, os resultados da investigação serão apresentados na forma de 4 capítulos. No primeiro capítulo, explicitamos os motivos pelos quais devemos ensinar ciência, discutimos os conceitos de gênero e identidade, as condições nas mulheres no patriarcado, e como podemos usar da História da Ciência Cultural (HCC) para perceber que Ciência e sociedade se coproduzem e que, portanto, as questões referente à participação das mulheres no meio científico extrapolam a Ciência. A partir da discussão do referencial teórico-metodológico implementada, discutimos que “gênero” pode significar a sujeição de normas culturais às mulheres a favor da manutenção do sistema patriarcal – da divisão sexual do trabalho - e que tal sujeição mantém uma ampla maioria mulheres em trabalhos da esfera do privado e as afasta de outras esferas como a Ciência Moderna, corroborando com uma invisibilidade feminina na História da Ciência e na sociedade. No segundo capítulo, é apresentada uma revisão bibliográfica, em forma de artigo aceito para publicação em periódico da área, com que teve por objetivo analisar como aparece, em periódicos de Química e Ensino, a participação das mulheres na Ciência. Como resultado da revisão, aponta-se para a ausência de exemplos diversos de mulheres e a reincidência da figura de Marie Curie nos poucos trabalhos que tratam da participação feminina na Ciência. A partir dos resultados descritos nos primeiro e segundo capítulos, analisamos as “condições especiais” de Marie Curie para que ela conseguisse tornar-se a famosa exceção em uma Ciência predominantemente masculina e elitista. A narrativa do terceiro capítulo utiliza a lente historiográfica da HCC, e, assim, foca no estudo histórico das práticas científicas de institucionalização, experimentação, discursos e publicações, durante a emersão da radioatividade na vida da cientista. Para discutir as comparações possíveis e impossíveis de serem feitas entre a figura de Marie Curie e uma ampla maioria das mulheres do mundo, incluindo as alunas de escolas urbanas brasileiras, elencamos junto às práticas científicas três categorias da identidade científica de Marie Curie: gênero, status étnico e classe social. Assim, revelamos como essas práticas e categorias justificam a excepcionalidade de Marie Curie e quais as implicações dessa excepcionalidade para a educação em ciências, ou seja, o quanto Marie Curie não pode ser um símbolo de representatividade para todas as meninas brasileiras. No quarto capítulo, discutimos como a releitura do caso Marie Curie nos serve à educação em ciências pretendida. Dessa forma, concluímos que se quisermos mulheres na ciência, que é um lugar incomum a elas, subvertendo os papéis de gênero definidos pelo patriarcado, precisamos enquanto docentes elaborar estratégias para compreender a sobreposição das identidades das alunas com identidades científicas. E, assim, o exemplo Marie Curie, enquanto exceção, não serve para a construção dessas identidades científicas e que é preciso discutir a exclusão feminina na Ciência/sociedade na educação científica para que as alunas estejam críticas quanto às suas posições de mundo e não sejam incentivadas a fazer Ciência ingenuamente.

 

Banca Examinadora composta pelos Doutores:

Andreia Guerra de Moraes, Orientador(a)
Cristiano Barbosa de Moura (MIP), CEFET/RJ 
Maria Renilda Nery Barreto (MIP), CEFET/RJ

 

Local, Data e Horário:

   Plataforma Teams (Acesse Aqui o Link da Defesa
  19 de outubro de 2020 
  14:00h

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