Atendimento às Demandas da Sociedade
Inserção social
O PPGIO tem o potencial de contribuir de maneira concreta para a formação de estudantes de doutorado na área de Engenharia, em linha com a política da CAPES de incentivar os cursos de Pós-Graduação em Engenharia, conforme explicado no Plano Nacional de Pós-Graduação para o período 2011-2020. Fatores diferenciadores que devem ser destacados são o fato de o corpo docente do PPGIO ser composto por físicos e engenheiros elétricos, envolvendo questões como a demanda por treinamento de recursos humanos na área do programa com características diferenciadas do projeto.
Os resultados a serem gerados pelos temas da tese ou pela pesquisa desenvolvida pela faculdade podem ser aplicados a problemas de interesse da sociedade, como pesquisas realizadas com células solares, supercapacitores, sensores ópticos, etc.
IMPACTO DO COVID NAS AÇÕES DO PROGRAMA
A situação de cuidados sanitários definidos pela pandemia da COVID-19 introduziu mudanças e inúmeras limitações na execução de projetos que dependem de laboratórios e ensaios de campo. Além destas limitações, diversos alunos demoraram bastante a se recuperar das sequelas, e precisaram trancar matrícula. Essas questões revelam algumas das dificuldades enfrentadas diante da situação definida pela pandemia.
Apesar dessas adversidades, muitas ações foram desenvolvidas no âmbito do combate à pandemia da COVID por parte do PPGIO, das quais, citamos as seguintes:
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Aplicação de um questionário aos discentes do programa, cujas respostas subsidiaram o levantamento das dificuldades na condução de pesquisas laboratoriais e de ensino. A partir desse levantamento, pôde-se realizar um mapeamento dos impactos que a suspensão das atividades laboratoriais causaria nas pesquisas da pós-graduação;
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A fabricação de álcool em gel no laboratório de Química do CEFET/RJ - campus Petrópolis, para a distribuição para a sociedade;
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O artigo intitulado “Flattening the curves: on-off lock-down strategies for COVID-19 with an application to Brazil”, publicado em periódico, com 48 citações até o presente momento, com participação de docente do PPGIO;
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Um respirador nacional desenvolvido pelo setor de Mecânica e Eletrônica no CBPF, pelo egresso do PPGIO - Fábio Marujo, junto ao orientador Gilvan Alves, foi construído para monitoramento da pressão pulmonar da COVID-19;
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Servidores do CEFET/RJ e da UFF, em parceria com discentes do programa, trabalharam na recuperação de respiradores hospitalares. Logo após o início da quarentena e suspensão das atividades presenciais, diversos grupos de professores, alunos do PPGIO e técnicos de laboratório do CEFET/RJ e da UFF contactaram instituições públicas de saúde a fim de aumentar a capacidade de atendimento desses hospitais para pacientes infectados pelo coronavírus, pois os leitos de UTI para atendimento desse tipo de enfermidade precisam estar equipados com um ventilador de respiração mecânica. Este trabalho ainda contou com a participação da empresa Furnas AS e Nova Service (empresa de engenharia hospitalar). As Figs. 1(a) e 1(b) mostram a equipe e partes dos respiradores reparados, respectivamente.
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Docentes do PPGIO e de outras instituições criaram um site para monitorar a disseminação da Covid-19. O site intitulado “Monitor Covid-19” verifica graficamente a tendência de piora, manutenção ou melhora da situação da pandemia do novo coronavírus em cada estado do Brasil;
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O técnico de laboratório do PPGIO, trabalhou na recuperação de respiradores hospitalares desenvolvidos por servidores do CEFET-RJ durante a pandemia de COVID 19.
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O Dr. Leandro Marques Samyn, discente egresso do PPGIO em 2022 e atualmente professor do CEFET/RJ, participou do Edital Emergencial de Ações para o Combate à COVID-19 (FAPERJ), apoiando a comunidade (http://www.cefet-rj.br/index.php/covid-iniciativas).
Figura 1: (a) À esquerda, parte da equipe de voluntários do projeto de recuperação de ventiladores mecânicos, e (b) à direita, os respiradores reparados devolvidos a secretaria estadual de saúde.
Este período de pandemia exigiu adaptações emergenciais no programa, para garantir a continuidade das atividades acadêmicas, de sorte a minimizar prejuízos à formação dos estudantes.
- Com a suspensão das atividades presenciais por conta das medidas sanitárias, as disciplinas teóricas passaram a ser ministradas em plataformas virtuais como: Google Meet (docentes da UFF e do IME), Zoom (docentes do CBPF) e Microsoft Teams (docentes do CEFET/RJ). A adaptação foi relativamente rápida devido à infraestrutura digital já existente, mas houve dificuldades para os alunos sem acesso adequado à internet ou equipamentos compatíveis, impactando no ensino e na formação acadêmica. Cumpre destacar que foi fornecido aos discentes o número de WhatsApp da coordenadora do programa, caso eles quisessem realizar um contato por áudio ou vídeo de forma imediata. A secretaria do programa deu suporte online para todos os alunos.
- As disciplinas que dependiam de atividades experimentais em laboratórios foram fortemente impactadas, apresentando um desafio no ensino prático. Algumas foram adaptadas para o formato remoto com simulações computacionais e análise de dados por meio da ampliação do uso de computação em nuvem, enquanto outras tiveram que ser adiadas até a retomada das atividades presenciais.
- Após as fases mais críticas da pandemia, protocolos rígidos foram adotados para permitir que atividades experimentais essenciais fossem retomadas de forma segura, com restrições no número de pesquisadores e regras de higienização dentro dos laboratórios. Cartilhas foram distribuídas tanto no CEFET/RJ, quanto na UFF auxiliando nos cuidados a serem tomados.
- Ocorreu a necessidade de reestruturação dos prazos para qualificações e defesas de teses, além de flexibilização das exigências acadêmicas por parte das coordenações, obrigando a necessidade de ajustes no calendário acadêmico. Em nenhum momento as aulas iniciadas durante a pandemia foram interrompidas. Novos calendários formam criados para os trimestres e semestres.
A UFF e o CEFET/RJ disponibilizaram auxílios emergenciais para estudantes em situação de vulnerabilidade, incluindo recursos para compra de equipamentos e pacotes de internet. A título de exemplo, os alunos mais carentes do programa puderam receber chips de internet, da operadora Claro. Além disso, destacamos as seguintes ações:
- Os departamentos de saúde e assistência estudantil intensificaram o suporte psicológico para alunos e professores, reconhecendo os impactos emocionais do isolamento e da incerteza acadêmica.
- As agências de fomento, como a Capes e o CNPq, flexibilizaram prazos de bolsas e de conclusão de cursos para reduzir as dificuldades enfrentadas pelos estudantes.
- Os estágios e colaborações presenciais em instituições estrangeiras foram interrompidos, o que causou impacto na internacionalização do programa.
- Congressos e seminários passaram a ocorrer de forma remota, ampliando a participação de pesquisadores, mas reduzindo o networking presencial e o intercâmbio prático de conhecimento.
- A comunicação com grupos de pesquisa nacionais e internacionais foi mantida por meio de reuniões virtuais, garantindo a continuidade de colaborações.
Contudo, apesar de tantos desafios por conta da pandemia da COVID-19, algumas lições ficam dessa experiência, quais sejam:
- A experiência com o ensino remoto trouxe aprendizados importantes que podem ser incorporados para auxiliar na otimização das disciplinas teóricas e teórico-práticas.
- O uso de simuladores, análise de dados e modelagem computacional ganhou força e deve continuar sendo uma estratégia complementar, tanto para o ensino, quanto para a pesquisa.
- O impacto da pandemia reforçou a importância da implementação de iniciativas institucionais para suporte psicológico contínuo aos estudantes e docentes.
- A necessidade de reestruturação rápida dos programas evidenciou a importância de políticas institucionais flexíveis para lidar com futuras crises.
Salientamos que, apesar de todo impacto causado pela pandemia, o gráfico apresentado na Figura 2 ilustra um crescimento na quantidade de publicações, de 2020 para 2021, sobretudo com destaque para periódicos no estrato restrito. Além disso, cumpre destacar que as defesas do programa foram mantidas, desde 2019 até 2024, apesar da pandemia.
Impactos positivos após a COVID:
Como impactos positivos, podemos destacar a oportunidade de realizar várias capacitações remotamente, algumas na base de cursos do IEEE, que a CAPES disponibilizou gratuitamente durante o período da pandemia. Não menos importante foi a necessidade da capacitação dos docentes por meio do ensino remoto, o que levou a reformulação dos cursos, adotando técnicas pedagógicas apropriadas para a situação, e que foram bem-sucedidas, conforme feedback recebido dos próprios alunos.
No início de 2021, o PPGIO enviou um documento para os discentes realizando uma pesquisa sobre as disciplinas remotas, cujo objetivo foi atender críticas, elogios ou sugestões dos discentes do PPGIO referente às disciplinas ministradas remotamente e tentar melhorar o aproveitamento dos alunos.
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